sábado, 26 de novembro de 2011

Como perder o respeito pela "humanidade" em alguns passos.

Gente. Tô pretérita.

Tem gente que deveria responder pela alcunha de URUBU e não de gente. Eu amo o facebook. Amo mesmo. Conheci gente, estreitei laços com outras pessoas... mas, sabe?, quando falta inteligência aliada à falta de noção e sensibilidade, o negócio começa a ficar OSSO.

Ontem um amigo de uma amiga cometeu suicídio. Ela, querida como sempre, postou isso aqui embaixo. Não entendo como tem gente que curte, mas vá lá. De repente ta curtindo a homenagem... não sei.


Eu comentei pq fiquei preocupada. Ela é MINHA AMIGA  e não a quero sofrendo ou triste. Aí vcs sabem, né? Mark Zuckerberg fez pacto com o coisa ruim e vc sabe da vida de todo mundo pelo facebook. Como diz uma outra amiga "a cada atualização, um pequeno enfarte". CONCORDO DEMAIS.

Acordo hoje feliz e faceira e vou, evidentemente, dar aquela olhada no facebook. 10 notificações. Uma delas era sobre o post do menino que cometeu suicídio.

PIKACHU, NA TELA.


CARA. To com arritmia. Sério.
Por favor, evitem meu contato com essa pessoa PORQUE VAI DAR PROBLEMA.

Eu conheço a Vânia, btw.

***************************

Outra maneira de perder meu respeito?

Vamolá.

Por que sempre que a pessoa vai falar merda ela pergunta antes "Posso te dizer uma coisa?". É batata. É que nem quando o carinha tá dando linha na pipa e a gente fica sofrendinho, querendo não entender.. aí falamos aquela frasezinha tosca-espanta-macho "acho que precisamos conversar". MANO, não... já tá tudo no não dito. Não precisamos conversar (gatinhas, aprendam com titia Carol). O cara não vai querer conversar com vc E nunca mais vai te ligar, mesmo. Conviva com isso. Existem outros 63478564 paus pelo mundo.

Sigamos.

Aí to conversando com uma pessoa e ela solta "posso te falar uma coisa?".

Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

" CAROL, VC NÃO PODE ABANDONAR SUA VIDA POR CAUSA DO SEU IRMÃO".


Nesse momento, enquanto a pessoa profere esta frase, um Anjo do Senhor desce do céu e fica do meu lado meio desesperado, intercedendo: SENHOR, FAZEI COM QUE A CAROL NÃO LARGUE O COICE QUE ELA ESTÁ ARMANDO. POR FAVOR, DEUS. POR FAVOR, POR FAVOR. As trombetas do apocalipse começam a tocar, nuvens negras tomam conta do céu, trovões, raios... entenderam, né?


Acho que funciona porque, apesar de eu querer mandar a pessoa bem praquele lugar, só consigo respirar fundo e responder:

- MAS VC ACHA MESMO QUE EU TO LARGANDO A MINHA VIDA?

Custa entender que MEU IRMÃO É A MINHA VIDA em alguns momentos? CUSTA? QUANTO? To pagando para não encherem mais meus pacovás com isso.

Cara, eu trabalho, malho, faço auto escola (yeaaaaaaaah), saio as vezes com meus amigos... e tem horas que simplesmente vou agilizar as coisas com meu irmão. Evidente que quando ele estava internado, eu agilizava muito mais (aliás, tenho cada historia do arco da velha da Ordem Terceira. briguei com o administrador, gritei com uma médica, peitei a mesma médica pra conseguir um exame, peguei o assistente do cirurgião e falei a frase "acho que precisamos conversar", briguei com a unimed, fui abraçada pela anestesista quando eu estava desesperada e ri. Ri muito. Nosso quarto era a cachacinha das enfermagem... todo dia de manhã TODA a equipe ia lá rir conosco). E quando ele saiu do hospital eu agilizava mais ainda. Meu irmão ficou sem força nas pernas porque passou 53 dias internado, praticamente deitado. E por que ele ficava deitado? Porque ele usava uma pochetinha do cocô. Mas o cocô não saía normal? NÃO!!! Ele tinha um buraquinho no íleo, que é um pedaço do intestino delgado. Não havia absorção de água, logo a digestão era mais curta, logo não era cocô que ele expelia, era um troço muito liquido e MUITO ÁCIDO que queimou a barriga do meu irmão toda. Resumindo: ele estava em casa, caía mais que jaca madura com a pochete de pseudo coco tendo que ser limpa a cada meia hora. Minha mãe saía pra trabalhar e VC QUER REALMENTE QUE EU PENSEI EM TOMAR CHOPP COM VC? HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA. TÁ BOM.

Meu amor, faz um favor. Nasce de novo respondendo pela alcunha de Brad Pitt ou Mike Patton e venha me fazer companhia em casa, enquanto eu cuido do MEU IRMÃO, aka, MINHA VIDA.

saco, viu.

**********************

update. meu irmão é um ser de luz.

domingo, 20 de novembro de 2011



Ai, gente. Que semaninha.

Sei lá, acho que meu inferno astral chegou metendo o pé na porta, pouco se importando comigo. Só jesus nessa causa, gente. Sério. Primeiro foi a noticia da minha amiga. Agora...

Então, agora o cabelo do meu irmão começou a cair. Vc pensa "ah, mas isso já ia acontecer mesmo". Bom, sei lá, né? Ele tá fazendo quimio desde setembro e não tinha caído um fiozinho sequer. Aí essa semana começou. É meio assustador ve-lo passando a mao pela cabeça e caindo uns 20 fios a cada vez. E a gente meio que se orgulhava disso, sabe? Dele nao ter perdido o cabelo, da quimio não ter dado aqueles efeitos horrorosos (fora as espinhas do erbitux)

A verdade verdadeira é que como ele não tinha aqueles sintomões da quimio, a gente estava levando como se não fosse quimio, como se não fosse câncer. 'Ah, ele ta fazendo um tratamentozinho pra acabar com uns mofos no fígado' e era isso. Éramos felizes nessa historinha (bom, pelo menos eu, né) Agora com esse cabelo caindo vem o peso da palavra "CANCER", "QUIMIOTERAPIA". Dá um medo dos diabos...

Nego fala "cabelo é o de menos". Gente, não é de menos, não. De verdade e sem rancor. Quando eu penso no meu irmão carequinha, sei lá. Vem todo o estigma da doença e blablablablabla.

Só sei que eu chorei, que meu coração ficou apertadinho e que se não fossem meus amigos, sei lá. tava trancada nesse quarto chorando até agora

E como ele lidou com isso? Bom, ele não ta querendo raspar a cabeça, não. Mas tá bem. Acho que ele lidou melhor que eu, inclusive.

No mais, eu continuo com a minha questão do "o que é estar vivo". Não entendo gente que tem tudo e reclama da vida. Não entendo nego que economiza alegria. Não entendo. Tenho vontade de dar uns tapas e uns berros. "ACOOOOOOOOOOOOOORDA". Mas nem faço, né. Cada um que lide com as suas questões. eu faço apenas a minha parte.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

a vida é tão rara

- Carol, eu fiz uma biopsia da tireóide.
- Q. MAS.. POR QUE????
- Lembra que eu estava com aquelas dores e tal?
- Sim, sim
- A médica me mandou fazer umas tomografias... e aí a gente descobriu.
- CARA, DESCOBRIU O QUE?
- Eu to com indicativo de câncer. De 7 fatores, eu tenho 5. Sendo que os dois que tão ao meu favor é que tenho trinta e poucos anos e sou mulher.


Aí eu chorei no meio da rua, né.

 Porque vc recebe uma noticia dessa no meio da rua de uma amiga segurando um filho de 3 meses no colo e outro de 11, rindo e brincando. Abre-se uma cratera embaixo do seu pé. Abre-se uma cratera no meio do seu peito.  Eu morri um pouco ali. Acho que to ainda um pouco morta.

Sabem? Estar vivo não faz o menor sentido. A gente fica inventando que sabe alguma coisa, que é dono do caminho, que faz e acontece. Sabe qual é o nome disso? BABAQUICE.

Gente, é muito sério o que eu vou dizer. A GENTE NÃO TEM A ETERNIDADE PRA FAZER ESSA PORRA AQUI VALER A PENA.

To em choque ainda. Outra hora eu volto e tento dar um sentido nisso tudo. por enquanto, ta puxado.





quarta-feira, 9 de novembro de 2011

o amor... a gente só encontra quando acha.

Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, na internet, nas paradas de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. 

Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu." Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.

O Amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo.

Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. Para quem acha que isso é chantagem, arrisco-me a sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável, e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. 

Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa. "As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas".

Martha Medeiros
__________
nao tem nada a ver com o assunto do blog, mas meu irmao me mandou agorinha por email e achei fofo. <3

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Hoje eu conjugo o verbo fazer.

Cansei de pensar. Pensei muito por muito tempo. E sabem a  que conclusão cheguei? pensar atrapalha tudo. Faço sem pensar, falo sem pensar... as vezes me dou bem, as vezes, nao. tenho vivido mais autenticamente e to muito, mas muito mais feliz.

Sabem, a gente acaba levando a vida como se tivéssemos muito tempo. Como se tivéssemos a eternidade. Aí a gente acaba num remi remi sem sentido: "ai, meu deus... não sei se compro uma bicicleta ou se caso. não sei, não sei, não sei". e a gente acaba parando. freando. dando ré.
é uma bobagem.

a doença do meu irmão mudou a minha perspectiva sobre o que é estar vivo. gente, eu posso morrer amanhã. cês têm idéia disso?

e, malandro, TO VIVONA. O que vier é lucro!